mi primer invierno sin mi padre
por muito tempo achei que a ausência é falta.
e lastimava, ignorante, a falta.
hoje não a lastimo.
não há falta na ausência.
a ausência é um estar em mim.
e sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
carlos drummond de andrade
*trabalho realizado entre 2014 e 2015, em madrid, e publicado em 2016 pela editora gris. projeto gráfico de rafa moo, acabamento de adna novaes. 
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